“Embora seja umas das maiores aves do mundo, “A” avestruz, incapaz de voar, enfia a cabeça no primeiro buraco que encontra á sua frente quando sente medo. Ela não sabe das pernas longas que tem, do seu poder de maratona? Para uma ave, seria a saída perfeita, correr, penaS (?), não tenho! Sou eva, não ave!
Eu, sou claustrofóbica. Sim, sou! Não,não consultei um psiquiatra,não fui diagnosticada,mas sou! O meu medo mora onde a avestruz se esconde, percebem?
Como agir , já que não há esconderijo seguro pra mim?
Meu buraco tem de ser acima, campo aberto, ar, luz...
Tentar expulsar o medo, nem!Trato-o como um inquilino, sou sua Senhoria, cobro o aluguel. Dou-lhe a importância necessária, sem o subestimar. Uso o medo,assim como ele usa a mim , sou tão ou mais esperta que ele? No fundo somos um só sujeito cheinho de medos!
O medo do medo é não provocar medo, sério!
Ele ri de mim , eu rio dele quando sentimos o mesmo vácuo "nu" estômago, as batidas descompassadas de nossos corações, traquinas, crianças !
Oração inventiva, dá certo, tente, experimente!
Sr. Medo, meu centro não é minha minha mente, nem meus sentimentos, nem minhas emoções, é, e em verdade te digo, meu centro é essência , é a minha alma imortal, testemunha de tudo que ocorre dentro e fora de mim. O que me provoca mais medo é a mulher AVEstruz que me habita . Eva e César, não você, AMÉM!”
08/02/2010.
11:00 AM. ( + ou -).
SR. ANTÔNIO (ascensorista de um prédio no centro da minha cidade)
IDADE: Nunca perguntei, mas pelas rugas, branco total dos cabelos, corpo encurvado, calculo mais de 70, senão 80. Nunca o vi em pé, sempre sentado no banquinho.
ELENA: Bom dia Sr.Antônio, como foi o final de semana?
SR ANTÔNIO: Foi bom minha querida, tomei umas e outras, meu filho fez um churrasquinho. E o seu?
ELENA: Também Sr. Antônio,sem churrasco, mas foi bom.
SR.ANTÔNIO: 18º mocinha?
ELENA: sempre né? (risos).
SR. ANTÔNIO: (sorrizinho galante).
Monstro da minha palha, um dos (cocoricó) .
Ele sabe do medo que tenho de elevador, contei num dia impossível de deixar pra lá. Se preciso for, ele vai segurar minha mão (compaixão), sei disso. Ele me consola, e eu consolo a solidão cheia de gente da caixa dele.
Sigamos Sr. Antônio...rumo? Depois do limite imposto pelo concreto...o céu, ponto final, aberto!
Beijo, Sr Antônio, esse foi procê.
MARIA MAFRA
domingo, 14 de fevereiro de 2010
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Muito bom o recurso de utilizar o medo como sujeito do próprio medo. Congratulations!
ResponderExcluirExcelente! interesante anécdota... muy buen escrito!
ResponderExcluir"Eu tenho medo do que escrevinho"
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